Pressionado pelas cobranças por melhores resultados no combate à criminalidade, o governador José Ivo Sartori tropeçou nos números, perdeu a paciência com os repórteres e acabou passando a impressão de que desconhece a realidade da violência no Estado. Tudo isso, no dia em que o Rio Grande do Sul chorava a morte de uma médica de 32 anos e de um porteiro de 57, vítimas de assaltos no domingo.
Antes de viajar para Buenos Aires, questionado sobre o aumento do número de latrocínios, Sartori se exaltou, dizendo que os repórteres estavam errados e que a criminalidade diminuiu.
Mais tarde, alertado para a gafe, publicou sete posts em seu perfil no Twitter. O primeiro diz: “Hoje, em uma rápida entrevista, respondi que latrocínios haviam diminuído. Foi um equívoco. Referia-me à diminuição do roubo de veículos”. Na sequência, diz que é preciso mudar a legislação penal e processual. E acrescenta: “A melhoria passa ainda por uma política nacional para o sistema prisional. Desemprego também influencia negativamente”.
O governador e seus assessores precisam se convencer de que o Estado vive um problema real de falta de segurança. Não adianta culpar “a mídia”, que noticia e comenta.
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