Em época de crise financeira, de desdobramento para economizar recursos dia após dia e ainda com redução do efetivo, a Polícia Civil gasta, em média, R$ 8 milhões anuais em aluguel de prédios. Esse foi o montante pago em 2015 por 121 imóveis em todo o Estado. Eles representam 25% do total de 468 prédios da instituição, que está presente em 324 municípios. As informações são da Rádio Gaúcha.

São valores que poderiam ser empregados em mais munição, pagamento de diárias, atuação em operações, apuração de crimes, entre outros. Os R$ 8 milhões pagos para alugar prédios no ano passado equivalem ao mesmo custo de diárias pagas aos agentes em todo ano. Além disso, o valor é 12 vezes maior do que o volume de recursos destinados a coletes balísticos, três vezes superior ao que foi gasto em manutenção de viaturas e ainda é seis vezes maior do que foi gasto em munição.

Em 2015, foram investidos em munição R$ 1,3 milhão, em coletes balísticos, R$ 626,7 mil, na manutenção de viaturas, R$ 2,4 milhões. Em horas extras, R$ 7,9 milhões.

Alguns aluguéis poderiam ser evitados e são justamente os mais caros, como por exemplo, os prédios do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) e da Academia de Polícia. Cada um custa por mês, R$ 65,7 mil e R$ 42,6 mil. Ambos poderiam estar em outro lugar porque existem imóveis já construídos, mas que devido à burocracia, assim como falta de verba, ainda não foram transferidos. Há outros locais na Capital que não têm no momento plano alternativo mais próximo de ser apresentado e que também custam muito por mês. A Chefia de Polícia lembra que, se o efetivo não aumentou nos últimos anos, a estrutura cresceu e o grande desafio é ter prédios compatíveis ao trabalho de cada delegacia, com sala de custódia e acessibilidade.

Reportagem de ZH apontou que, até o final de 2014, antes de Sartori assumir, a contagem dos imóveis sem utilidade ou abandonados no RS era de 1,5 mil bens, e o governo conseguiu vender 31 imóveis em desuso. Enquanto isso, cresciam as despesas com aluguel.

TOP 6 DE PAGAMENTOS
Deic (Rua Cristiano Fischer, 1.440) R$ 65,7 mil
Estacionamento V Comar (Rua Freitas de Castro sem número) R$ 59,6 mil
Acadepol (Rua Comendador Tavares, 360) R$ 42,6 mil
Corregedoria (Avenida Osvaldo Aranha entre 448 e 454) R$ 25,8 mil
1ª Delegacia/Delegacia Meio Ambiente/Defrec (Erechim) R$ 14,1 mil
Hangar para helicóptero (Aeroporto Salgado Filho) R$ 12 mil

Entrevista:
EMERSON WENDT
Chefe de Polícia

“Não há possibilidade de desocupação”

A Polícia Civil está conseguindo diminuir o número de prédios alugados?
Não. É um problema histórico e que depende de investimentos a longo prazo. Considerando a falta de recursos para investimentos e reformas no Estado, o que impossibilita novas construções e reformas de eventuais prédios conseguidos do próprio patrimônio ou de outras doações ou cedências, não há possibilidade dentro do contexto atual de desocupação dos prédios locados.

Fonte: jornal Zero Hora