Deputados estaduais do Rio Grande do Sul que integram a base aliada ao governo de José Ivo Sartori (PMDB) dizem estar preocupados com a eventual adesão do Estado ao Regime de Recuperação Fiscal apresentado pelo presidente Michel Temer (PMDB) como forma de ajuda aos entes federativos em dificuldade financeira. “Este é um tema que precisa ser muito bem construído. Não adianta encontrarmos uma solução momentânea, mas que poderá comprometer o futuro do Estado por um longo período”, definiu Lucas Redecker, líder da bancada do PSDB na Assembleia Legislativa.

Parte da preocupação dos deputados tem origem nas projeções de que a dívida pública com a União, cujo estoque está calculado em cerca de R$ 57 bilhões, saltaria para mais de R$ 82 bilhões, caso o Estado contraia empréstimo de R$ 3 bilhões com a carência de 36 meses para a retomada do pagamento de parcelas. “No meu entendimento, o Estado já pagou esta dívida. Por isso, devemos tratar o assunto com cautela e visão para as consequência futuras”, completou Redecker.

O líder da bancada do PP, Sérgio Turra, disse considerar que a forma de projeto apresentado pela União é muito dura com os Estados. “Amarra a gestão de quem aderir”, analisou. Turra mencionou as restrições sobre a administração dos benefícios fiscais como ponto de controvérsia. Ele, contudo, afirmou acreditar que esta seria a medida mas breve para que o RS obtenha acesso a recursos. “É um socorro caro, mas é o que temos”, apontou.

As contrapartidas também preocupam o líder da bancada do PDT, Gilmar Sossella. Para ele, a exigência de privatizações e os contingenciamentos que devem atingir os servidores representam impeditivos à adesão. O PDT tem reunião no dia 10 para definir sua permanência ou saída da base de Sartori.

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Fonte: jornal Correio do Povo